Manifesto Hunna Coletivo

Como historiadoras inseridas no meio da dança, percebemos que essas perguntas têm se tornado cada dia mais pertinentes e recorrentes para profissionais e praticantes de diferentes modalidades de dança. Cada dia mais pessoas têm interesse em investigar e entender as “origens” dos diferentes estilos que praticam.

Cursos, palestras e workshops sobre a “milenar história da dança do ventre” ou sobre “as origens das saias ciganas” têm sido oferecidos aos montes, porém, muitas vezes sem o rigor necessário para o entendimento histórico de realidades e culturas complexas, acabando por gerar confusões e reforçar estereótipos e mitos.
 

Como Historiadoras que dançam, propomos favorecer reflexões sobre como transmitir e produzir conhecimento histórico a respeito e através da dança.

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1.   História não é um processo linear e evolutivo.

Estudar história é uma tarefa árdua que gera mais perguntas do que respostas. Esse estudo da história não vai te dar uma resposta pronta e objetiva sobre a “origem” de qualquer modalidade, mas vai ajudar a compreender os processos de transformação de diferentes modalidades de dança e como elas chegaram a nós nos dias atuais. 

 

2.    Pesquisa histórica demanda olhar crítico.

Compreender discursos históricos demanda interpretação, contextualização, entendimento macro de situações e contextos políticos, econômicos e socioculturais. Fazer pesquisa sobre história não é apenas jogar no Google “História da Dança do Ventre”, ler o primeiro artigo que aparecer e reproduzir isso como verdade.

 

3.   História não é cronologia.

Entender e estudar história vai para além de saber fatos e datas. História é a interpretação do passado a partir de conceitos científicos e metodologia específica. Demanda estudo, entendimento e treinamento próprio da disciplina.